Adeus Battlestar Galactica

Esta foi a última vez que vimos Adama, Tigh, Lee, Starbuck, Gaius, Athena, Hera, os modelos 6, 8, os Final Four e tantos outros personagens que com certeza marcaram a história da ficção-científica na TV.


É com pesar, mas com um sentimento de satisfação que a série Battlestar Galactica chega ao fim. Muito se especulava sobre como seria o seu final e tenho certeza que Ronald D. Moore (que aparece quase na última cena) surpreendeu todos. A maioria das perguntas de 4 anos de série foram respondidas, talvez as que não foram, como a relevância do cylon daniel, realmente não eram importantes para a trama. Eu realmente espero que Lost consiga chegar nesse ponto e resolva todas as interrogações.

Quando comecei a escrever este post fiquei preocupada porque são muitos aspectos que a série aborda e todos eles retornam em Daybreak I e II (series finale). Então, resolvi falar de alguns deles, sem tentar fazer uma resenha completa, mas que apensa mostre algumas coisas que foram surpreendentes e maravilhosas pra mim. Já vou avisando que este é um post com SPOILERS sobre a série, não tinha como ser de outro jeito. Então vamos lá, sem mais delongas.

No decorrer de toda a série a frase "Tudo isso aconteceu antes e tudo isso voltará a acontecer" estava sempre presente. A idéia de que somos guiados por um poder maior, que temos um destino sempre foi forte e não seria diferente no final. Com os flashbacks dos principais personagens, percebemos que se não fossem aquelas escolhas, eles não teriam conseguido chegar à "Terra". Tudo poderia ter sido muito pior. Os cylons poderiam ter exterminado a humanidade e nós não estaríamos aqui ou estaríamos, mas de outra maneira. E antes de continuar seria bom falar um pouco sobre a história da série:

Em uma galáxia muito longe da nossa, existia uma civilização humana que criou robôs que depois de um tempo se desenvolveram e viraram-se contra seus criadores, inciando uma guerra entre humanos e cylons (os tais robôs). Depois de uma trégua de 40 anos os cylons que tinham abandonado as colônias humanas retornam e tentaram exterminar toda a vida humana, porém os sobreviventes, alguns poucos mil, lutaram para continuar vivos e encontrar um lugar para se estabelecerem. O nome deste lugar é TERRA. Então, passei todas as 3 primeiras temporadas esperando ver da janela do meu quarto a Galactica chegando com todas as outras naves. Mas, eis que chega a quarta temporada (primeira parte) e mostra uma terra totalmente devastada, sem possibilidade de haver uma fixação dos sobreviventes naquele lugar. Todos ficam então à deriva, à espera de um novo lugar. Hera, filha de um humano com uma cylon começa a ganhar destaque e iniciamos o processo de finalização da saga. Porque essa menina é tão importante? Antes de adentrar aí, terminemos o resumão da série. Após todo um conflito digno dos melhores episódios de sci-fi, finalmente Kara leva os últimos sobreviventes cylons e humanos a um lugar habitável que eles nomeiam de "Terra", em homenagem ao outro planeta que eu falei antes. Cento e cinquenta mil anos depois, vemos nós (eu e você leitor deste blog), em uma planeta cheio de consumismo, disputas militares, desenvolvimento tecnológico, enfim, tudo que havia nos planetas humanos que foram destruídos pelos cylons. A mesma cobiça, a mesma violência. Como se estivéssemos em um cliclo vicioso e nada pudéssemos mudar. O massa é que não teria jeito de eu ver a Galactica chegando pela minha janela, primeiro porque eles pousaram na Austrália (eu acho) e segundo porque eles chegaram aqui há 150 mil anos. kkkk

Mas voltando ao lance de que "Tudo isso aconteceu antes e tudo isso voltará a acontecer" , é importante destacar, pois é com essa idéia que todo o roteiro da série foi trabalhado. No final das contas, todos tinham um papel para o desenrolar da história. Nada do que foi feito ou dito em momentos anteriores poderia ter sido diferente, pois era tudo ação do destino. O engraçado é que, mesmo assim, 150 mil anos depois, tudo parece, realmente, caminhar para o cenário de destruição que vemos na primeira temporada de BSG. Mas, mesmo assim a própria Caprica ( ou a lembrança dela, não sei) afirma nas últimas cenas que não necessariamente as coisas tornarão a acontecer da mesma maneira. É como se ainda existisse esperança para nós.

Nessa história de destino foi legal, finalmente descobrirmos o papel de Gaius Baltar. Ele que facilitou o quase extermínio da raça humana, no fim das contas é um dos principais personagens para levar a humanidade ao descanso em um novo lar. É como se toda a maldade, na verdade, não fosse maldade, mas uma confusão individual, pois ele sabia que tinha um papel importante na história da humanidade, mas ele não sabia o que era. e pra surpresa de todos, inclusive a dele, o papel destinado a ele não era algo ruim, mas sim algo que o redimiu de suas ações no passado.

A importância de Kara também é muito legal. Após a sua morte, ela retorna e fica sem saber o que ela realmente é,:um anjo, um demônio, um cylon... E neste episódio a vemos como um importante instrumento para levar a humanidade ao seu fim, na nova Terra. Todos pensávamos que ela levaria todos para morte, mas na verdade, ela levou à morte todo aquele conflito. Foi muito boa a resolução para a personagem. Sem contar que toda a força e coragem da antiga Starbuck está de volta neste episódio.

O comandante Adama estava tão bem quanto em todos os outros episódios. Foi ótimo vê-lo sem a sombra do alcoolismo, mas como um verdadeiro líder. Lee Adama também esteve ótimo neste último episódio. Logo que deixou de ser um militar para ser um político, confesso que achei que o personagem perdeu muito, pois acabou ficando apagado, mas a sua útlima performance me fez relembrar tudo o que ele é: político, militar, um ser humano com valores tão importantes paraa humanidade que tudo veio à tona em um só episódio. Especialmente, quando ele diz que ao invés de ensinar aos nativos sobre tecnologias, armas, eles deveriam ensinar apenas os bons valores. A Roslin também esteve ótima, cumprindo a profecia que dizia que ela estaria lá, levando todos para o novo lar, mas que ela não viveria para desfrutar daqueles novos dias.

Isso me faz lembrar de outro aspecto da série que sempre foi destacado: o conflito entre monoteísmo (dos cylons) e o politeísmo (dos seres humanos). A resolução para o grande questionamento se há um deus ou se, na verdade, são vários deuses, não foi respondida. por outro lado, ficou claro que nada disso importa. Mas, com certeza, esse conflito influenciou na civilização deste planeta que vivemos. Ou você não lembra da história das primeiras civilizações?

Pra finalizar este post, não poderia de deixar aqui escancarada a satisfação pela solução para a personagem Hera.

Ficamos sabendo do papel dela (só na última cena), quando vemos, Caprica e Baltar, 150 mil anos depois, ouvindo a notícia de que foi encontrado o fóssil do que parece ter sido uma das nossas primeiras ancestrais e o que tudo indica ela era uma jovem mulher, ou seja, Hera. E porque isso tem importância? Simplesmente pelo fato de que nós, na verdade, somos decedentes da junção de DNA cylon com DNA humano. E a mensagem final que isso nos deixa, pra mim, é muito mais importante do que as cenas em que vemos os robôs começando a ficarem mais desenvolvidos e parecendo que tudo vai acontecer novamente, como diz a profecia. A mensagem a que me refiro é de que a intolerância só leva a um ciclo de violência, não importa se somos diferentes, o mais importante é vivermos juntos, respeitando essas diferenças, porque no final de tudo, somos todos iguais, independente de religião, sexualidade, raça. Isso pra mim foi uma das coisas mais legais.

É uma pena que a série tenha acabado, mas, como disse no início, fiquei muito satisfeita com o desfecho desta saga. Fico agora com a tarefa de ver os episódios da série na década de 70 enquanto a spin-off de BSG, Caprica, não chega e enquanto o telefilme de BSG também não é lançado. Vamos aguardar.

Fiquem com a música que foi uma das responsáveis pela chegada deles aqui no nosso planeta: "All Along the Watchtowover" de Bob Dylan, na cena em que Starbuck relembra das notas musicais. E espero os comentários sobre outras coisas que não deu pra falar por aqui.



Bjú

2 comentários:

Mateus Cardoso disse...

Ótima resenha. Já comecei a ver BSG, mas saber através das suas palavras que a série terminou de uma forma que valeu a pena com certeza vai me fazer querer voltar de onde parei. Não sei agora que estou vendo umas 11 séries.

É muito legal quando um seriado consegue falar tanto com uma idéia aparentemente tão simples.

Quero muito assistir à série de ficcção científica roteirizada por vc! :D

Anônimo disse...

kkkk
vlw pelo comentário!
o pior é q tô com uma idéia pra uma série e ela tá beirando a ficção científica. kkkkk

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