Estar deprimido, assim como assistir filmes e seriados, é uma arte. Calma, antes que você venha querer dar em mim eu digo: estou falando apenas de como se parecem essas sensações vindas de sabe-se-lá-deus-onde, como se fossem inspirações mesmo, e provocam coisas como, choro, desvontade, uma nova perspectiva sobre a falta de amor no mundo ou revoltas como: porque que no cupnoodles de camarão vem mais milho do que camarão? A arte causa coisas bem mais legais também, mas hoje, falemos da melancolia e seus acompanhantes. Eu gosto de pensar que não sou tão deprimido, ou tão deprimente assim. Mas não há quem resista a uma má notícia, ou a uma chuva que não te deixa chegar aonde você tanto quer, ou uma overdose de milho no macarrão instantâneo. E pra minha surpresa de vida, meu ânimo não está resistindo a episódios do novo seriado da HBO Brasil, IN TREATMENT. Pra quem não sabe do que se trata, desça um pouquinho a barra e leia ali em baixo o post que eu fiz que se chama NOHTAS, a terceira nota é justamente explicando qual é a do seriado.
Pronto, leu? Apois, estou eu numa situação difícil de vida. Eis que como não tenho HBO em casa (o pacote de TV daqui de casa só vai até o disney channel, e a HBO é tipo do pacote super-hiper-beyond-plus, aí já viu, Hanna Montana se não fossem os downloads, a essa altura seria minha melhor amiga), baixei logo uma porrada de episódios de IN TREATMENT. E estou totalmente viciado, mas, quanto mais assisto, mais deprimido fico, sério, é caso pra psicólogo mesmo. E não é culpa do formato da série, a cada episódio que passa eu mais quero ver o que será da próxima sessão, eu fico esperando que a vida miserável de alguns personagens melhore. E que outros sejam atingidos em cheio por uma pedra na cabeça e morra. Mas a série é tão bem feita, e os personagens tão palpáveis, que como eu, a vida deles apesar de tudo (inclusive da terapia) continua como a vida de todo mundo, sem muitas mudanças repentinas, sem acontecimentos sensacionais (tirando o cara que matou 16 crianças no Iraque, ao fazer um ataque aéreo a uma escola em Bagdá pela aeronáutica norte-americana, e é justamente ele que eu quero que morra) e as nóias da galera só aumentam. Resultado, eu fico me analisando ao ver o seriado, e acredito que em maior ou menor escala isso acontece com todo mundo que vê o seriado. Aí o analista faz uma pergunta pro personagem e eu faço a mesma pra mim mesmo, e o personagem argumenta que não tem nada a ver, e você pensa com você mesmo: realmente, talvez não seja tão assim, mas ao mesmo tempo você acaba achando alguma loucura do cara exatamente igual com uma loucura sua, e assim vai ladeira a baixo.
Estou urgentemente precisando de alguém que me ouça reclamando da vida daqueles personagens. Hoje mesmo eu vi três episódios seguidos e ao final deles achei que ia chorar, criar uma franja de lado, e escutar Simple Plan no escuro o resto do dia! Vejam a que ponto cheguei.
E como se não fosse suficiente estar viciado no esquema, descubro que a série é planejada, produzida, tem muitos episódios escritos e é adaptada para os EUA (porque a idéia original é de um seriado israelense) por BRUNO GARCÍA, ninguém mais, ninguém menos do que filho do ganhador do prêmio nobel, e meu escritor preferido, GABRIEL GARCÍA MARQUEZ.
Agora é que eu só paro de ver o seriado quando me internarem.
4 comentários:
(o blog do DCE se logou sem querer. hehehe)
que noob, esse boy! deve ter levado muitas surras quando pequeno. :XXX
Juliana B.
ouuuuuuu!
Mas, apesar de ótima, a série deprime mesmo!
Mas, pare com esse negócio de ficar triste se não eu faço vc ler "o segredo"! Olhe que num tem castigo pior! =D
ei, Ju... O que é que vc pensa de mim, hein?
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