Quero ser "Arquivo-Chis".


Antes de tudo, peço desculpas à galera porque desapareci essa semana, final de semestre com últimos ensaios para uma peça é uma mistura que não dá muito certo. Mas hoje tem podcast (atrasadão, mas ele chegou) e eu me redimo com esse post um pouco grande, mas bem legal:

Assisti o episódio piloto do novo seriado de JJ. Abrams. Fringe, como se chama o novo empreendimento do nosso querido produtor executivo de Lost e antes disso, Alias, é uma série promissora, mas tem tudo pra ser irritante e não durar nem duas temporadas. Explico o por quê.

A história começa mostrando um estranho "acidente" de avião, onde depois de um misterioso passageiro injetar o que parece ser uma dose de insulina nele mesmo, seu corpo começa a derreter e se desintegrar de uma forma macabra. Não demora muito para que isso comece a acontecer com todos os outros passageiros do avião. Logo após, somos apresentados à Olivia, super eficiente e incrível agente do FBI, e seu namorado, outro agente que trabalha com ela na mesma divisão, e não quer que ninguém descubra do relacionamento entre eles. Assim que eles se envolvem com a investigação do acidente, o namoradinho acaba infectado com o mesmo vírus, e Olivia que o ama intensamente e mexicanamente vai atrás do que for possível para encontrar a cura de seu grande amor. Até aí beleza, o que acontece é que a doença do cabra lá, é esquisita e ninguém faz idéia do que seja, é aí que somos apresentado ao cientista maluco (que eu esqueci o nome) que está internado num instituto para cientistas malucos e outros tipos de malucos (que maluco não?) e seu filho picareta que é o único que poderia tirá-lo de lá. O tal cientista (pra não escrever maluco de novo), antes de ser internado, realizava experimentos com o que se chama "fringe science", ou ciência de borda, tudo aquilo que não é científico, tem um toque de paranormalidade mas é estudado para que se entenda melhor. Pronto, taí a premissa do primeiro episódio.

Onde estão os problemas? Antes de tudo, cada vez que os personagens vão para uma localidade diferente, um letreiro em computação gráfica imenso aparece tipo, no meio do cenário, indicando onde eles estão. Porque não bastaria aparecer como uma simples legenda, como era em Arquivo-X, tem que mostrar que a produção tem grana e colocar o troço no meio do saguão de entrada do hospício só pra mostrar que o lugar é... um hospício. No início a gente acha cool, mas depois da oitava vez que você aquelas letras gigantes e voadoras, a paciência começa a ir embora. A personagem principal, tem cara de bunda e uma voz grave meio rouca que nunca deixa você entender se ela está feliz, ou se ela quer chorar. A atriz é até legal, mas não faz você querer ser amigo dela, e personagens principais tem que prender nossa atenção (regra primordial para você que sonha em ser roteirista), seja por repulsa, compaixão, ou imenso amor, você tem que acabar se importando com eles. No meio do episódio, se Olivia explodisse, eu iria dar um suspiro de indiferença e dormir.

Algo que parece ter futuro na série, mas não sei se os caras vão conseguir levar à frente, é a tal da ciência de borda. Apesar do tema ser descaramente tirado de Arquivo-X (o que não é necessariamente ruim), a história nos coloca que o grande mote da trama, será descobrir o que estava por trás do acidente no avião. Isso parece ser legal, uma história maior, que nos levará a descobrir detalhes relacionados a mesma, enquanto juntamos peças de um quebra-cabeças grande e cheio de pequenos casos a serem tratados. Mas talvez, ou a história maior se perca, ou as histórias menores tomem conta dos episódios (e pra isso, já temos outras milhões de séries com seus caso-por-episódio, e eu sei que mais uma, não vai fazer diferença), ou a série seja do cacete e consiga equilibrar isso tudo. No primeiro episódio isso não acontece, e a gente fica enrolado entre o que será que é esse algo maior, e o que será que vai acontecer com o namoradinho, sem que haja um encaixe legal entre as sub-tramas.

Algo que também me deixou sem vontade de acompanhar o resto do caso apresentado, foi que tudo o que a galera precisava, parecia ser conseguido instantanemente e sem esforço algum. Surge então mais um contraponto com Arquivo-X, algo legal de Mulder e Scully, é que eles eram a margem do FBI e sempre tinham que batalhar muito pelo que precisavam pra realizar suas investigações. Fosse encontrar um caminho ilegal, ou conseguir contatos no submundo, isso sempre gerava situações instigantes que além de nos fazer querer saber como terminaria, nos preocupava em se eles seriam pegos, ou sofreriam as conseqüências de suas irresponsabilidades. Fringe fica no superficial fazendo inclusive uma vaca com peso, idade, tipo sanguíneo e origem específicas, aparecer como se arranjar uma vaca perfeita (!) assim, fosse fácil. Se a série continuar com essas facilidades pra cima da gente, pode-se imaginar que no final de tudo, a protagonista vai comprar as repostas pra todos os seus problemas e mandar a audiência cagar.

O episódio termina com uma solução sem graça, e digna de uma resolução a lá Ghost Whisperer (o que nunca, repito, NUNCA, é uma coisa boa) com direito a encontro romântico no além, mas o gancho deixado para o que virá até que nos convece a continuarmos. Assistam, vejam se concordam comigo, e vamos continuar assitindo. É muito cedo pra sabermos se vai ser medíocre assim, ou se vai melhorar.

P.S.: O personagem do Pacey de Dawnson's Creek (filho do maluco :P) é bem chatinho e não convence muito de sua pilantragem. As piadas que ele solta no episódio também são fracas. Mas eu gosto do ator, e acho que ele ainda vai crescer no esquema todo e se mostrar mais do que aparenta.

1 comentários:

Taty Macoli disse...

eu vou ver já já e venho dizer o que achei. =D

Mas, sou sincera em dizer q gostei do tema... Essas coisas paranormais sempre me agradam... Acho q eu sou um ET! =P

=*

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